Poesias

Meu Presente à Jaira

Você chegou-me como a magia das festas
trazendo um aroma sutil,
com um ar bem primaveril
Uma flor-de-maio buliçosa
Não pediu licença
Não me deu clemência
Aliás, nem fez estardalhaços
Chegou, sacodiu a poeira, cruzou os
braços

Sentou-se; pois esperar em pé, cansa,
apenas sorriu...
É, você é mesma diferente
Viu de longe minha desarrumação
Não trouxe dinheiro, não trouxe presentes
Apenas veio, ofertando-me,
teu adelgaçado coração

dezembro/1984

Presságios

É bom te amar...
Brincar, correr, sonhar
É bom mentir
E te esconder através
Duma previsão meteorológica,
Dos enigmas dos teus sonhos de criança
Ou ainda, das engranagens
Dos teus movimentos e emoções
De pé; emocionado,
Calo-me diante desta realidade
Te assistindo na emergência
Do meu monótono coração

junho/1982