sexta-feira, 30 de abril de 2010

Velocidade máxima ( o trem fantasma)

Imagem ilustrativa retirada do google imagens

por Beto Moura

Ao ouvirem falar de velocidade máxima , seguramente , os internautas
pensarão em Sandra Bullock, Keanu Reeves, ou Jason Patrick. Afinal, o
filme que bombou na telona foi sucesso de bilheteria por onde
passou, é, vero!
Todavia,o destino imutável como sempre, tratou de lançar mão de um
roteiro invejável para qualquer ficcionista: estrangeiro ou
brasileiro. Aconteceu em terras “Tupiniquins”, onde mais poderia? E
Jan de Bont não foi convidado para esta festa paupérrima...
O trem partia bem longe das baldeações , que rotineiramente
fariam nas respectivas estações. Desgovernado como o próprio governo
- desculpe a redundância - levava em seus vagões 1.200 passageiros,
curiosamente, todos “atores” da vida real; que aspiravam apenas por
um traslado seguro e tranquilo; alguns, para mais um dia de batente.
Um baita susto e escoriações generalizadas para seus ocupantes,
foram o que lhes couberam neste latifúndio, no ramal de Japeri...
A composição percorreu 6 quilômetros entre Ricardo de Albuquerque –
não parou em Deodoro, nem que a vaca tossisse - e Oswaldo Cruz. - uma
testemunha que teria visto alguém entrar na cabine do maquinista fez
o retrato falado - O pânico fez morada em cada coração: mulheres
grávidas, com crianças de colo, idosos, todos esparramados no chão –
imaginem a cena – gritavam efusivamente: Parem o trem...Parem esse
maldito trem...Está sem maquinista!!!
Só parou mesmo, quando a energia elétrica foi cortada da linha férrea.
O transporte público sucateado e falido com as privatizações, tem
apresentado sistematicamente: revolta nas barcas, greve de trens ,
superlotação nos ônibus , metrô, atrasos, acidentes e pelo balanço a
carruagem isso vai looooooooooooonge! Pois os olhares complacentes e
pecaminosos dos governos: Federal, estadual e municipal, mergulhados
em denúncias de corrupções, fraudes,CPI`s, mensalões e outras
coisitas mas...Vão de vento em popa.
Enquanto isso...
Eles só pensam naquilo – eleição/reeleição ou coisas do gênero – mas
a vida continua e o trem fantasma idem...
É, vero!Tudo como dantes no quartel de Abrantes...
“Agestransp” - agência reguladora, de que, não sabemos - não cumpre
o seu papel; ou seja; deveria fiscalizar, cobrar e enquadrar as
prestadoras de “serviços”que exploram:
Barcas,
Ônibus,
Metrô,
e Trens...

Todos meios de um calvário anunciado e permanente dos fluminenses,
mesmo que sejamos : botafoguenses, vascaínos, flamenguistas ou
equivalentes – não é brinquedo, não, meu irmão!
Parece que a salvação está no aeroporto mais próximo, já diziam os antigos ...
Desesperar jamais/Aprendemos muitos nesses anos/Afinal de contas não
tem cabimento/Entregar o jogo no primeiro tempo/Nada de correr da raia
/Nada de morrer na praia/Nada! Nada!Nada de esquecer...
Mas nem tudo caminha vil em terra de pau
Brassssssssssssssssssssssssssssssil! Viu?Recentemente, o governador
chorou... É verdade cara, pálida! Acredite se quiser...
Ah! Coitado!!! E ele não é usuário dos veículos mencionados.
As lágrimas de crocodilo que lhe renderam espaço na mídia
corporativa , foi pela perda dos royalties; sem isso, não teremos as
olimpíadas nossa de cada dia. O pacificador da terra de Marlboro, como
é conhecido também, desfraldou a sempre e oportuna bandeira “panem et
circenses” , insuflando a população às ruas, “contra a covardia, em
defesa do Rio”. Deu ponto facultativo à partir das 15 horas, no que
foi acompanhado em gênero, número e grau por outros colegas
prefeitos, de outros partidos, para recreação com alguns artistas,
além das celebridades de bobeira – sedentos de justiça social - que
pintarem no pedaço e mostrarem suas caras ou cuícas, no centro do Rio
para o forrobodó! Afinal, somos cidadãos!
Somos?
Sim, somos! Especialmente quando saimos do lar-doce-lar para votar “neles”...
Pelo visto e exposto, parece-nos que o juízo final já chegou entre nós!
Piuí, piuí, puá,puá (poire poire)
Eu quero ver onde essa zorra
Vai parar...

* Formado em letras Vernáculas pela UFRJ.

Autor “Fragmentos de um discurso feminino”.

Fontes:
cutrj.org
extra
g1
ig
pensador.info
r7
simone
wikipedia

quinta-feira, 8 de abril de 2010

terça-feira, 6 de abril de 2010

O Rio que passou em nossas vidas...

Imagem ilustrativa retirada do google imagens

por * Beto Moura

O que me contaram não foi nada disso...
Ainda assim, Deus criou o maior espetáculo da Terra e numa viagem
iniciática entre os morros curvilíneos: Cara de cão e o Pão de
Açúcar; tinha uma baía no meio do caminho. No meio do caminho tinha a
baia de Guanabara...
A Carioca da gema : Encantava! Deslumbrava! Extasiava!
Como era de se esperar, surgiriam viajantes de etnias mil, na terra
virgem, abundava o pau
brassssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssil!
Confundiram-na com a foz de um rio, em primeiro de Janeiro de 1502,
ora pois, pois...
Em perigos e guerras esforçados/Mais do que prometia a força/E entre
gente remota edificaram/Novo reino que tanto sublimaram no hemisfério
sul, na América, num claro instante.
E naqueles tempos, franceses, holandeses, espanhóis ingleses e
portugueses invadiram Pindorama, tomando-a dos seus verdadeiros
donos: os índios!
Tupinambás…
Tupiniquins...
Tupi or not Tupi : this is the question …
O sol nascia e não durava mais que um longo dia, é, vero!
Um tsunami varria o mundo:
Liberté!
Égalité!!
Fraternité!!!
Do sonho, a realização se fez, e em 1556, a primeira aglomeração
europeia na baia de Guanabara, era francesa! Com certeza! U-la-lá!!! A França era(é) aqui!
Dèjá vu...
Oui!
Oui?
França, aquuuuuuuuuuuuuuuui?
Antártica, cara pálida!
Nossa! Que país é esse?
C èst ma vie...C`est ma vie…C`est ma vie…
Nem mesmo Debret pincelaria os tons dramáticos desta ópera tropical,
com tanta escaramuças entre França e Portugal. Era Março de 1560,
o forte coligny, erguido em Serigipe por Villegaingnon, foi arrasado
pelos portugueses, sob o comando de Mém de Sá. O núcleo populacional
não teve continuidade; nem mesmo o marco inicial de Henriville sobrou
pra contar a sua fantástica história em terra nostra! É, vero!!!
Objetivamente para expulsar os invasores, Estácio de Sá não titubiou e
ao desembarcar em 1° de Março de 1565, na praia de Fora – Urca -
ordenou para que cavassem trincheiras, muralhas, casas, além de uma
ermida de taipa e sapê afim de resguardar a imagem de São Sebastião. A
partir daí, data comemorativa da fundação da Cidade!
Como não existem dois sóis, não pode existir dois “Senhores”; ou
melhor, dois fundadores!!!
C`est la vie...C`est la vie...C`est la vie…
Maktub! Maktub...
Bela e sedutora, feminina e transgressora, do Império e da República
foste capital! Mesmo depois continuou sendo: cultural, intelectual e
sentimental de todos brasileiros. Daquela Alteza o Cristo Redentor te
protege “de olhos bem abertos”, cotidianamente sobre a Guanabara.
E Mesmo hoje – 1° de março de 2010 – quando a chuva precipita; parece
que a danada fica ainda mais bonita.
Não, ela não veio suntuosa em seu desfile principal...
Não trouxe confetes nem serpentinas. Não vieram saudá-la : pierrots,
arlequins ou colombinas. Amanheceu quieta, circunspecta; sem vontade
de sambar.
Olhando para trás, viu-se ainda menina...
Menina-criança...
Menina-moça...
Menina-senil...

* Beto Moura é formado em letras Vernáculas pela UFRJ. Autor de Che : Uma balada para liberdade – conto -

fontes:
alertatotal.net
caetanoveloso
camões.com
educação.uol
fernandodannemann
Ifch.unicamp
historianovest.
historiaviva
litoralsulvirtual
oswaddeandrade
pensamento.info
revistaepoca
vascomariz
viniciusdemoraes

sábado, 3 de abril de 2010

POESIAS...

Imagem ilustrativa retirada do google imagens


Olga de Franco


Ostentas tua tiara ensolarada
Longínquo eu recebo a informação
Galáxias te esperam num futuro
Após a turbulenta introspecção

Dos rios uma ladainha triste emana
Em meio ao marasmo Iara chora

Frívolo agouro que o vento esquece
Regaço que brilhou por toda aurora
Atrelado, Pégaso cavalga sem cessar
Num íngreme acesso interestelar
Câncer, leão e outras mil constelações
Obedecem o esplendor de uma dormida,
dos sonhos que os versos irão contar...

Rio: 21 Junho de 1980.



Sombra de vida



A vida morre aos poucos
E essa mortalidade vai se tornando
Mais ou menos funcional


Vai morrendo de fome
Falida de bons valores
Vai, vai morrendo como pode


Ela morre...
E já não é nem mesmo acontecimento; nenhum fato importante
Vai morrendo, devagar, à mingua
Vai morrendo desiludida
Ao sabor de uma tristeza dolorida


Morre...
Pois morrer é o ponto final
Já que passa não ter utilidade
Nem a menor felicidade
De uma banalidade qualquer


Por isso ela morre...
Morre sim!
Indigente
Esquecida
Cansada,
Caída numa poça d`água.


Rio: 06 Agosto de 1982